Foto: Divulgação Ufac
Walcimar Junior
Com mais de 40 dias sem aula e 95% das universidades
federais paradas por conta da greve dos professores, a luta por reestruturação
da carreira, inclusão de níveis de remuneração, melhorias nas condições de
trabalho e aumento do piso salarial vem sendo uma longa jornada que não agrada os
professores e muito menos os alunos.
56 das 59 universidades federais estão paradas, e
aproximadamente 20 institutos federais. O estado com maior número de instituições
em greve é Minas Gerais, são aproximadamente 122 mil alunos sem aula. Em várias
universidades, o fim do semestre deixa preocupados alunos que estavam em final
de período ou se graduando.
Para
a acadêmica do 4º período de Comunicação Social da Universidade Federal do Acre
(UFAC), Carina Menezes, a greve é justa, porém causa danos graves para os
estudantes por conta da perca de um período que poderia ser finalizado.
“Concordo inteiramente com a Greve... Acho
muito justa as reivindicações... É claro que uma greve no meio do ano letivo
causa danos enormes para nós estudantes, afinal perderemos um período inteiro
caso as negociações não aconteçam... Mas tenho que levar em consideração que a
luta dos professores não é só em prol da categoria, mas por toda a classe
universitária...”
O
estudante Lukas Vieira que cursa o 3º período de Medicina na Ufac também acha
justa a atitude dos docentes, pois eles têm que reivindicar seus direitos já
que a base da educação são os professores.
“A greve é um direito dos
professores, acho que somente lutando o ser humano consegue seus objetivos,
nada na vida é de graça. Concordo que os professores tenham que lutar pela sua
valorização, pois a educação no nosso país está cada vez mais caótica e não se
vê uma solução em médio prazo. E a base da educação é o professor, talvez o
mais desvalorizado no sistema. Isso entristece um pouco a gente, que é
estudante e depende dela para receber uma formação de qualidade. É evidente,
que nossa classe de estudantes é prejudicada com a paralisação, porém, a minha
posição é de apoio total. Porém, o medo maior é de que, quando as aulas
recomeçarem, não tenhamos 'correria' com assuntos, e aulas dadas de qualquer
forma. Os professores não devem empurrar assuntos, afim de 'recuperar' o tempo
e nós devemos cobrá-los quanto a isso.”
A
maior preocupação da aluna do primeiro período de Psicologia da Universidade
Federal Fluminense (UFF) Luana Bengoche é em quanto tempo o aluno vai levar
para se formar por conta da perca do semestre, embora ache correta a reivindicação
defendida pelos docentes.
“O pior é que você não sabe quando
vai terminar a paralisação, a gente fica sem saber quando vai se formar. Pode
ser que a gente perca o semestre. A greve vai atrapalhar minha grade toda nos
próximos anos. Vou ter de correr atrás do tempo perdido. Acho muito justa a
causa defendida pelos professores, mas é claro que a greve prejudica o
andamento da nossa grade acadêmica e atrasa o calendário.”
Em
todos os casos, a preocupação dos alunos é grande, alguns já na metade da graduação,
outros apenas iniciando, o que se tem são vários casos em que a maioria
concorda com o protesto dos professores, mas que já é inevitável o prejuízo
para os discentes. Ainda não se tem previsão para o fim da greve que continua
crescendo, e as negociações também não começaram, enquanto isso milhares de
estudantes em todo o país ficam sem aulas e sem saber quando poderão retornar
as atividades.
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