sexta-feira, 6 de julho de 2012

Greve nas federais preocupa bastante os universitários

Foto: Divulgação Ufac
 

Walcimar Junior

Com mais de 40 dias sem aula e 95% das universidades federais paradas por conta da greve dos professores, a luta por reestruturação da carreira, inclusão de níveis de remuneração, melhorias nas condições de trabalho e aumento do piso salarial vem sendo uma longa jornada que não agrada os professores e muito menos os alunos.

56 das 59 universidades federais estão paradas, e aproximadamente 20 institutos federais. O estado com maior número de instituições em greve é Minas Gerais, são aproximadamente 122 mil alunos sem aula. Em várias universidades, o fim do semestre deixa preocupados alunos que estavam em final de período ou se graduando.

Para a acadêmica do 4º período de Comunicação Social da Universidade Federal do Acre (UFAC), Carina Menezes, a greve é justa, porém causa danos graves para os estudantes por conta da perca de um período que poderia ser finalizado.

Concordo inteiramente com a Greve... Acho muito justa as reivindicações... É claro que uma greve no meio do ano letivo causa danos enormes para nós estudantes, afinal perderemos um período inteiro caso as negociações não aconteçam... Mas tenho que levar em consideração que a luta dos professores não é só em prol da categoria, mas por toda a classe universitária...”

O estudante Lukas Vieira que cursa o 3º período de Medicina na Ufac também acha justa a atitude dos docentes, pois eles têm que reivindicar seus direitos já que a base da educação são os professores.

“A greve é um direito dos professores, acho que somente lutando o ser humano consegue seus objetivos, nada na vida é de graça. Concordo que os professores tenham que lutar pela sua valorização, pois a educação no nosso país está cada vez mais caótica e não se vê uma solução em médio prazo. E a base da educação é o professor, talvez o mais desvalorizado no sistema. Isso entristece um pouco a gente, que é estudante e depende dela para receber uma formação de qualidade. É evidente, que nossa classe de estudantes é prejudicada com a paralisação, porém, a minha posição é de apoio total. Porém, o medo maior é de que, quando as aulas recomeçarem, não tenhamos 'correria' com assuntos, e aulas dadas de qualquer forma. Os professores não devem empurrar assuntos, afim de 'recuperar' o tempo e nós devemos cobrá-los quanto a isso.”

A maior preocupação da aluna do primeiro período de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Luana Bengoche é em quanto tempo o aluno vai levar para se formar por conta da perca do semestre, embora ache correta a reivindicação  defendida pelos docentes.

“O pior é que você não sabe quando vai terminar a paralisação, a gente fica sem saber quando vai se formar. Pode ser que a gente perca o semestre. A greve vai atrapalhar minha grade toda nos próximos anos. Vou ter de correr atrás do tempo perdido. Acho muito justa a causa defendida pelos professores, mas é claro que a greve prejudica o andamento da nossa grade acadêmica e atrasa o calendário.”

Em todos os casos, a preocupação dos alunos é grande, alguns já na metade da graduação, outros apenas iniciando, o que se tem são vários casos em que a maioria concorda com o protesto dos professores, mas que já é inevitável o prejuízo para os discentes. Ainda não se tem previsão para o fim da greve que continua crescendo, e as negociações também não começaram, enquanto isso milhares de estudantes em todo o país ficam sem aulas e sem saber quando poderão retornar as atividades.

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